Entenda o que está em jogo com a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, neste texto realizado pelas alunas Andreza Piton, Mariana Santana e Rachel.
Impactos da construção da Hidrelétrica de Belo Monte
A hidrelétrica de Belo Monte propõe o barramento do Rio Xingu com a construção de dois canais que desviarão o leito original do rio e a área de alagamento vai ser de 516 km².
Os principais impactos ambientais da construção da Hidrelétrica de Belo Monte são: de acordo com grupo de ictiólogos do Painel dos Especialistas, o caráter irreversível dos impactos sobre a fauna aquática (peixes e quelônios) no trecho de vazão reduzida (TVR) do rio Xingu, que afeta mais de 100 km de rio, demonstrando a inviabilidade do empreendimento do ponto de vista ambiental.
Além disso, a biodiversidade da região existe devido inclusive às barreiras geográficas das corredeiras e pedrais da Volta Grande do Xingu, no município de Altamira (PA), que isolam em duas regiões o ambiente aquático da bacia. O sistema de eclusa poderia romper esse isolamento, causando a perda irreversível de centenas de espécies. É esperado também que a obra intensifique o desmatamento e a ocupação desordenada do território.
Construção da Hidrelétrica de Belo Monte: uma alternativa viável?
Como todo projeto de uma Hidrelétrica de grande porte, a construção da Usina de Belo Monte possui pontos positivos e negativos. Os positivos são a contribuição para o suprimento de energia renovável, isenta de emissões de gases poluentes. Com isso, o Brasil dá um passo importante para a garantia energética e atendimento de uma demanda crescente de energia elétrica. Além disso, a usina permite uma produção renovável a baixo custo, menor do que outras alternativas.
Os principais aspectos negativos, por sua vez, são os impactos socioambientais sobre as populações indígenas e ribeirinhas próximas ao local. Por exemplo, com a morte das populações de peixes no trecho da vazão reduzida do rio Xingu, os ribeirinhos que dependem da pesca para o seu sustento seriam bastante prejudicados, já que estudos comprovam que o desequilíbrio ambiental causado poderia ser irreversível. Dessa forma, até o turismo, importante fonte de renda da região, seria afetado, pois muitas das atrações turísticas do local, incluindo os pratos típicos e passeios ecológicos aos habitats naturais dessa espécie, dependem dos peixes.
Além disso, existe também a questão cultural das populações indígenas, já que o projeto tem desconsiderado o fato de o rio Xingu (PA) ser o “mais indígena” dos rios brasileiros, com uma população de 13 mil índios e 24 grupos étnicos vivendo ao longo de sua bacia. O barramento do Xingu representa a condenação dos seus povos e das culturas milenares que lá sempre residiram.
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