3 de nov. de 2011

A Primavera Árabe e o "patrocínio" das potências ocidentais - Grupo 2



28 de outubro de 2011

A chamada Primavera Árabe, iniciada na Tunísia, e que ainda está em curso na maioria dos países do norte da África e Oriente Médio, nos leva a algumas reflexões. Primeiramente que a onda de democratização e derrubada de ditadores nos países árabes coincide com um período de aguda crise internacional (e crise também nos Estados Unidos) onde é estrategicamente importante o domínio daquela região, sobretudo por causa do petróleo. O que está em jogo mesmo são fatores econômicos. O resto é perfumaria.

Os interessados em democracias nos países árabes (que há séculos vivem sob regimes autoritários) é porque interessam controlar as riquezas daqueles países. E fica mais fácil o controle em regimes com capas democráticas, do que com lideranças fortes e autocráticas. De qualquer modo é sempre positivo vislumbrar possibilidades de regimes de governo realmente mais democráticos, porque – como disse Churchill – a democracia mesmo imperfeita é ainda o que de melhor se chegou em termos de organização política.
Mesmo assim, o que chama a atenção de analistas mais atentos, é a forma como a democracia está sendo implantada em tais países. A metodologia é bem conhecida: insufla-se a população civil, financiam-se lideranças e grupos descontentes (inclusive  facções religiosas radicais), promovem eventos de massas, marchas, passeatas, aglomerações, vigílias em praças, etc. Investe-se também bastante na mídia, pintando o governante local como o pior facínora da face da terra, carregando nas tintas, e jogando a população contra. Não funcionando, então apela-se para a guerra, armando os descontentes, com o apoio de forças externas, como o que aconteceu na Líbia, com a intervenção da OTAN.

Em relação ao ditador Khadafi, é evidente que ninguém poderia aprovar um regime de 42 anos com os exotismos e abusos de poder já conhecidos. Mas o que enoja é o cinismo das grandes potências que durante todas estas quatro décadas nada fizeram para tirar Khadafi de lá, porque enquanto ele foi conveniente aos interesses dos países desenvolvidos, permaneceu com o poder. A partir do momento em que Estados Unidos e outros países precisaram do petróleo da região, derrubaram o ditador do jeito que todos viram pela Internet, depois de meses de guerra e resistência, até o seu brutal assassinato. Isso para mostrar aos demais governantes que com eles não se brincam. Quando as potências decidem querer controlar uma região, não há quem possa vencê-los. Matar Kaddafi e exibir sua cabeça como um troféu (a exemplo do que já faziam os antigos romanos) é também estratégico. Afinal, os países desenvolvidos aliados (escudados pela OTAN), sabem que a primavera Árabe precisa ir mais longe. Há outros ditadores a serem derrubados, mas em contextos mais difíceis, como o da Síria, da Arábia Saudita, até mesmo do Irã. O objetivo é controlar toda a região, e para isso toda a pressão será feita, num jogo perverso do vale tudo.


Grupo 2: Ana Flávia Magalhães, Ana Isabella Nascimento, João Maurílio, João Pedro, Lauriane Lima e Nathan Amorim

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